sábado, 30 de maio de 2015

[Resenha Quadrinhos] O Senhor dos Espinhos

Comprei essa série lá em 2013 e ficou ali na estante sentindo o cheirinho da poeira, mas finalmente criei vergonha na cara e fui ler tudo duma vez. O Senhor dos Espinhos de Yuji Iwahara é um mangá diferente de muita coisa que já vi e quase me surpreendeu. Editado por aqui em seis volumes pela JBC, a trama mostra um novo e letal vírus chamado Medusa que vem matando pessoas pelo mundo. A doença faz com que a pele se enrijeça e a pessoa acabe petrificada- por isso o nome Medusa. Um projeto científico sorteia 160 pessoas para que possam participar de solução paliativa as colocado em estado criogênico. Então, como em filmes de mistério, algumas pessoas acordam do sono criogênico do nada e dão de cara com o laboratório invadido por vegetação e sem respostas nenhuma. Até aí a trama é envolvente, te faz querer saber o que está acontecendo. Muita coisa vai explodindo na sua cara como criaturas visualmente pré-históricas, suspenses, mistérios, complôs e ação vertiginosa. São muitas informações desencontradas, justamente para deixar o leitor confuso e curioso ao mesmo tempo. O traço de Iwahara é diferente, cheio hachuras e sombras que lembram um pouco o quadrinho italiano. 

O problema de O Senhor dos Espinhos é que até a terceira edição tudo parece que vai rodar realmente para algo novo, fora do padrão comum dos mangás convencionais, mas aí o autor dá uma guinada e acaba indo pelo caminho mais fácil. A trama continua correndo como na base inicial, mas o autor parece se perder um pouco com muitas informações, filosofia barata e começa a usar os recursos mais básicos do mangá  e cria ações (diversas) bem comuns. Tudo ia bem até o vilão filosofar, o herói "elevar seu cosmo" e a mocinha chorona servir de contra-peso para o herói surgir dos mortos. A sensação que tive foi a de que o Iwahara tinha muitas ideias, mas não conseguiu unificar todas elas de forma ágil, indo direto para o mais convencional. Veja bem: não é ruim, só diminuiu muito o ritmo na metade do caminho e o autor preferiu ir por um caminho mais seguro. Pra mim o ponto forte foi a arte mesmo que se manteve boa do começo ao fim dentro do padrão estipulado pelo autor. O Senhor dos Espinhos pode agradar a quem não tiver muitas expectativas. A mim agradou, até porque eu num conhecia nada dessa criação e comprei nas cegas. Não esperava tanto assim... e acabou sendo bom.

O Senhor dos Espinhos (Ibara no Oh)
Volumes : Seis
Páginas: Média de 200 por edição
Preço: R$ 12,90
Ano: 2013

Nota: 2,5 (de 5,0)

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