domingo, 12 de julho de 2015

[Resenha Quadrinhos] Batman- A Corte das Corujas

A Corte das Corujas é um reflexo da nova forma de ser fazer quadrinhos nos Estados Unidos, buscando sempre um formato dinâmico, sem esforços didáticos e atrás de soluções mais redondas mexendo na Histórias dos personagens. Vou falar de maneira bem simples e direta em relação a esse arco que corresponde as sete primeiras HQs do Morcego no começo de Os Novos 52: tem altos e baixos-- mais baixos que altos. Apesar da ótima acolhida da crítica especializada, Scott Snyder não opera um milagre e transforma o Batman num artigo genuíno. Eu vejo mais como um trabalho esforçado, diferenciado do que vinha sendo feito com o Homem-Morcego, mas só. É divertido, te faz parar para se distrair por algum tempo, mas não é memorável. 

A arte de Greg Capullo é bacana, trás um dinamismo interessante ao Universo do Batman e em algum momento até casa com a proposta, mas eu não consigo ver artistas como ele trabalhando com um personagem que necessite de uma arte mais grosseira, mais sombria. Capullo é um grande artista e de mão cheia, mas falta soturnidade ao seu traço-  que tem sim seus momentos e ele consegue transferir isso às páginas. Diferente de Spawn onde Capullo que apesar de ser soturno, era bem "comics" (pelo menos nos primeiros anos), Batman é um personagem genuinamente ligado ao escuro e o traço do artista lembra mais o Robin- se é que deu pra entender. No entanto, o trabalho é realizado com eficiência. 

Quanto ao arco em si, vale dizer que Snyder tenta construir uma nova mitologia dentro do Universo do Batman, mexe nas raízes de seus ancestrais e tem algumas liberdades criativas questionáveis. Normal para um roteirista em acensão e que quer mostrar serviço. Se fosse só pra montar arcos comuns, teriam chamado Scott Lobdell (agora chutei). Snyder busca algo novo, calcado em ações que levam o Cruzado Encapuzado a duvidar de si mesmo e até das sombras, seu habitat natural. A Corte das Corujas se mostra um grupo em sua concepção interessante, mas supervalorizado. O vilão, o Garra, um vilão que acaba se mostrando tão comum e simplório quanto um bandido de rua. Não é um arco desastrado, cheio de artimanhas simples, mas Snyder buscou o caminho mais fácil para tentar vida nova ao Batman- e até consegue a certa altura, mas força um pouco a barra. No final, é um bom arco, mas nada excepcional. A Panini trás um bom encadernado, um trabalho gráfico muito bom. O arco continua em A Noite das Corujas onde todo o Universo do Batman entra pra história e já está disponível. 

NOTA: 3,0
Roteiro:  Scott Snyder
Arte: Greg Capullo (lápis) e Jonathan Glapion (Arte-Final)
Páginas: 180
Preço: R$ 27,90
Editora: Panini Comics

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