Demolidor sempre foi pra mim um dos personagens mais bacanas da Marvel. Sempre gostei dele mesmo antes desse hype todo por conta do seriado da Netflix. Em algumas de suas fases mais marcantes como a escrita por Frank Miller nos anos de 1980, o herói da Cozinha do Inferno passou por altos e baixos- assim como todo o mercado de quadrinhos dos anos de 1990, mas quando Joe Quesada criou o selo Marvel Knights lá em 1998 para revitalizar alguns heróis da Casa das Ideias, o Demolidor estava no pacote e com ele o cineasta nerd Kevin Smith criou um arco desenhado por Quesada que fez muito sucesso na época e colocou o personagem de volta a ativa no mainstream dos heróis de quadrinhos. De lá pra cá nomes como Brian Michael Bendis e Mark Waid fizeram (e ainda fazem) o nome do personagem crescer dentro desse mar de HQs que existe hoje em dia.
E é com Fim dos Dias que Bendis e David Mack criam a trama "final" para o Demolidor onde o herói tem seu derradeiro confronto com seu arqui-inimigo Mercenário. Uma visão futura do fim do herói cego, mas fora da cronologia atual do mesmo. Bendis e Mack criam uma trama no estilo noir, mas com elementos bem díspares. Ben Urich repórter do agora quase indo pro brejo Clarim Diário fica incumbido de cobrir a matéria por trás do Demolidor, que a esta altura já é conhecido que Matt Murdock é o herói. Urich reluta, mas vai atrás até descobrir que antes de morrer o Demolidor fala ao Mercenário apenas uma palavra: Mapone! E isso serve de "lenha" para toda a minissérie. O repórter começa a investigar velhos amigos e inimigos do herói atrás de uma resposta, mas só leva porta na cara. São dois encadernados- minissérie original tem oito números- com todo esse oba-oba. O resultado? Uma HQ mediana, que parece que foi feita apenas para tapar algum buraco. Veja bem: não é de toda ruim, tem seus bons momentos e Bendis (verborrágico como é) consegue escrever ótimos diálogos, ainda que a certa altura fique cansativo. Ele poderia não ter esticado tanto.
A arte fica por conta artistas veteranos e grandes nomes da Nona Arte como Klaus Janson no lápis (artista que fez a arte-final no traço de Frank Miller em Cavaleiro das Trevas) e Bill Sienkiewicz na arte-final (de Elektra Assassina) fora Alex Maleev e o próprio David Mack. Janson tem um desenho solto e aliado a potente arte-final de Sienkiewicz conseguem um trabalho bacana para o tipo de HQ que foi contada aqui- ainda que varie um pouco a qualidade do traço. Por fim, Demolidor- Fim dos Dias não precisava ter saído nesse formato que a Panini Comics lançou por aqui e sim ter sido editado numa revista mensal da Marvel mesmo- apesar do sucesso lá fora, o arco é simples e tem um final capenga. Vale ter em sua coleção? Pra quem for fã do Demolidor, acredito que sim, mas para leitores mais pontuais, não aconselho muito não.
Demolidor- Fim dos Dias
(Volumes 1 e 2)
Roteiro: Brian Michael Bendis e David Mack
Desenhos: Klaus Janson (com David Mack em algumas páginas e Alex Maleev em uma HQ solta)
Arte-Final: Bill Sienkiewicz
Preço: R$ 18,90 cada
Editora: Panini Comics
Nota: 3,0 (de 5,0)
Arte-Final: Bill Sienkiewicz
Preço: R$ 18,90 cada
Editora: Panini Comics
Nota: 3,0 (de 5,0)
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